Friday, May 30, 2008

Mori – Mais uma boa opção de japonês criativo em São Paulo

Vamos combinar que o que não falta em São Paulo é bons restaurantes japoneses, mas é sempre bom achar mais um que entrega a sua proposta. Acho que temos que dividir todos os restaurantes nipônicos em duas categorias: os criativos e os tradicionais. O Mori com certeza se encaixa na primeira categoria, vale ressaltar que não acho que uma seja melhor que a outra, simplesmente diferente. O Mori original fica em perdizes, mas fomos à nova filial da casa que fica em Moema. O local é muito agradável com decoração minimalista e seca, que foge um pouco da decoração padrão de japoneses com mesas de fórmica preta.

O serviço foi muito atencioso, nós sentamos no balcão onde o sushi é servido diretamente como nos restaurantes mais tradicionais, teoricamente aumentando assim o contato com o Sushimen. Dito isto, como optamos pelo rodízio, acabou que interagimos pouco pois em apenas 5 minutos já tinha na nossa frente muito mais que conseguiríamos comer, com boa opções como o Hot Philadelphia, e alguns outros invencionismos. O serviço de bebidas e pratos quentes foi muito bom (esse é feito por um garçom de fora do balcão). A única ressalva foi a host que quando ligamos mais cedo para fazermos uma reserva, nos informou que o movimento estava muito "tranqüilo", e que não era necessária a reserva. Não só essa informação era inverídica – o restaurante estava cheio – como quase nos fez desistir de ir a um restaurante "tranqüilo".

A comida é criativa, mas muito bem executada dentro de sua proposta. O sashimi estava bem cortado e fresco. As criações estavam saborosas e fugindo um pouco do lugar comum dos hots com tudo que vc pode imaginar dentro. É impressão minha ou todos os rolinhos criativos do mundo usam teriyaki? Eu acho que se houve um down side na comida, como nos foi colocado em 5 minutos todos os possíveis rolinhos nos sobrou pouco espaço para pedir algo sem tanto gosto adocicado. No final das contas vc fica com vergonha de pedir coisas além da grande variedade na sua frente.

O preço é justíssimo para um Retsaurante em São Paulo, o rodízio é apenas R$ 45,00 e dado o ambiente e atendimento eu achei uma barganha. Isso de fato faz o Mori ganhar pontos extras. No entanto, se vc me perguntar se a comida era algo para ser lembrado daqui a 6 meses, vou ter que dizer que não. Mas isso não faz com que o Mori não seja uma boa opção para um bom encontro com amigos na quinta à noite.

Mori

Rua Gaivota, 1488
Moema - Zona Sul
Tel – 21- 5532-0181

2**
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Thursday, May 29, 2008

Post de um outro blog – Marcelo Katsuki

Olha o post do Blog do Marcelo Katsuki (http://marcelokatsuki.folha.blog.uol.com.br/) de hoje. Não que eu me ache um crítico, mas eu gostei da parte onde ele diz que se forma um crítico comendo.


 

T


 


 

O poder da crítica gastronômica



 

[O crítico Rafael García Santos lê sua palestra]



A nata da gastronomia paulistana acabou de se reunir no Campus Vila Olímpia da Anhembi Morumbi para assistir a uma palestra do crítico gastronômico espanhol Rafael García Santos. Chefs, jornalistas e estudantes lotaram o auditório para ouvir considerações polêmicas e algumas até inusitadas sobre o trabalho do crítico. Embora voltadas para a realidade de seu trabalho na Europa, muitas colocações foram bastante reflexivas, para não dizer contundentes!

Para García Santos, a função do crítico é informar sobre a comida, o serviço, o vinho de uma casa. A crítica reflete a sociedade, onde segundo o palestrante, "há muito mais mentiras do que verdades além de imperar a mediocridade". Deve ter também a função de estimular a competitividade e a superação por parte dos chefs. Mas admitiu que às vezes os críticos também se enganam.




 

[Guta Chaves, Suzana Barelli (Menu), Luiz Américo Camargo (Paladar/Estado de S.Paulo), Arnaldo Lorençato (Veja), Carlos Alberto Dória (Trópico), Ricardo Maranhão, Josimar Melo (Basilico/Folha de S.Paulo) e Ricardo Castilho (Prazeres da Mesa). A mesa redonda contou ainda com os chefs Alex Atala e Carla Pernambuco, Patricia Ferraz (revista Gula) e Rafael Barros, professor da Anhembi Morumbi]



O grande desafio da crítica é conquistar a credibilidade do leitor, já que segundo García Santos, "há muito coleguismo no meio". Para ele, o ideal seria que o crítico fosse um capitalista auto-provedor, que não estivesse vinculado a nenhuma empresa e nem recebesse por esse trabalho. Porém trata-se de um trabalho caríssimo que dificilmente sobreviveria pela auto-sustentabilidade. Os jornalistas de vinhos também foram duramente criticados, pois segundo García Santos eles "escrevem apenas para os donos das vinícolas, para gerar notas para publicidade".

García Santos é um grande entusiasta da cozinha de vanguarda mas atesta que apesar do sucesso na mídia, muitas vezes esses locais não conseguem sucesso junto ao público.

Sobre o seu trabalho, disse que "gosta muito de criticar, que nasceu para criticar". Visita mais de 400 restaurantes por ano e disse que seu ideal de vida é ser feliz, falar o que pensa e ganhar algum dinheiro: "É o bastante". Quando perguntado pela editora da revista Menu, Suzana Barelli, como se forma um crítico de gastronomia, foi taxativo: "Comendo!" A platéia riu.




 

[O público que lotou o auditório da Anhembi Morumbi]



O evento foi realizado por Joana Munné e Fernanda Cunha da Sibaris Serviços Gastronômicos com apoio de Rosa Moraes, diretora da Escola de Turismo e Hospitalidade da Universidade Anhembi Morumbi. Grande evento!

Pizzaria Cristal – ambiente e sabor.

Ontem a noite cedi a uma resistência que eu tinha de ir a Pizzarias em dia de semana. Aqui no Itaim mesmo tinha duas opções segundo meu host: Pizzaria Cristal ou A Tal da Pizza, ele era habitue da primeira opção e acabei optando por esta. Pizza é uma coisa quase que religiosa para paulistas, acho que isso vem da herança italiana na cidade, uma vez que para os Italianos acho que na velha máxima de que não se discute política, futebol e religião se pode incluir comida. Em uma visita a Napole aprendi que pizza é simples, tem poucos ingredientes e que o segredo está na verdade na qualidade, não estou aqui discutindo a Pizza Hut que é outro tipo de comida, desde então sempre opto por pizzas simples para saber o quão boa é a pizza. Se uma pizzaria não sabe fazer uma boa pizza Margueritta, esta é um caso perdido e ninguém me convence do contrário.

A pizzaria Cristal é aparentemente uma das mais badaladas de São Paulo, mesmo para uma quarta-feira estava relativamente cheia, me parece que aos domingos as filas são enormes e a qualidade do atendimento cai um pouco. Nesta quarta fomos muito bem atendidos, mas tenho que admitir que a minha companhia era de fato habitue e conhecia todos os garçons pelo nome, com isso, fico devendo uma avaliação mais honesta do serviço, mas se eles forem metade do que foi ontem a noite já merecem alguns elogios.

Uma coisa que me impressiona nos Restaurantes de São Paulo é o tamanho, são sempre grandes, espaçosos e bem decorados, com a Cristal não foi diferente. O Ambiente era aerado e dividido em 3 sub ambientes sendo que a separação do bar para o salão principal fica o forno de Pizza, a estrela principal da casa. Achei os preços do menu paulistas, mas dado que esta é a pizzaria mais tradicional na badalação de São Paulo achei honesto, é mais barato que a Capriciosa carioca.

O menu tem uma diversidade de opções de pizzas eu optei por uma meia Pomodoro, meia Peperoni. A primeira era uma versão da marguerita com mozarela de búfala e tomate pellati – sim em São Paulo as coisas italianas são chamadas pelos nomes em seu idioma original – a pizza estava muito saborosa com massa fininha e com um sabor leve, mas tenho que admitir que não era nada de sublime. A segunda metade era composta de Peperoni e cebolas e esta eu achei mais completa e marcante, as cebolas estavam quase adocicadas e ainda levemente crocantes, o peperoni era saboroso e misturou bem com a mozarela. A pizza no total era muito saborosa e bem preparada. Imagino que haja certa constância da qualidade dada a história da Cristal.

Cristal

Rua Professor Artur Ramos, 551
Jardim Paulistano - Zona Sul
Tel – 11 - 3031-0828

2**
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Tuesday, May 27, 2008

Roberta Sudbrack - O melhor do Rio de janeiro

Eu acredito que todos restaurant pode ser 3***, mas apenas poucos chegam ao estágio das 4****, como falei no post anterior ser sublime em ambiente, comida e serviço é muito difícil. Roberta Sudbrack conseguiu, ela tem um restaurante muito charmoso na Rua Lineu de Paula Machado, no Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Como ela mesmo chama é uma “casinha laranja” na beira de um canal, com uma decoração intimista, beirando a caseira.

O menu normal da casa é uma degustação de 5 pratos que custa R$ 150,00 reais, para um passeio por sabores simples mas executado com perfeição e com ingredientes verdadeiramente de primeira. O menu muda bastante a cada dia, baseado nos ingredientes disponíveis da estação, e do tema principal da “coleção”. Este tipo de restaurante não é para todos, mas certamente é para os apreciadores da grande comida. Não posso negar que é caro, mas nunca me arrependi de um centavo pago. Dentre os highligths estão as batatas “fritas” que acompanham as carnes, uma sobremesa que é uma torta de pêra, com pérolas de tapioca e calda de caramelo, a palheta de cordeiro, o atum confitado,....eu podia falar de vários pratos.

Mas o que mais me impressionou nessa última visita foi a inovação da terça-feira, que agora tem a opção de uma entrada e um prato principal. Nesta minha visita foi uma salada niçoise, que eh sencanional com o atum confitado no azeite e brotos dos folhas, que a torna muito mais suave. O prato principal foi um filet com molho de natas e as batatas padrão – ah se esse fosse o padrão dos lugares. Os dois estavam executados com perfeição apesar de estarmos no menu “pobre”. Além disso, pedimos de entrada os arranciones, bolinhos de risoto italiano sensacionais. O menu da terça básica é apenas R$ 49, uma barganha dada a qualidade da comida.

O atendimento é muito atenciso e minucioso, os pratos são tirados na hora certa e o timming dos garçons é sensacional. Dentro da sua proposta de feeling de casa o serviço é perfeito. Poderia estar um pouco mais bem informado sobre o menu, mas isso não é geral, por isso, não merece perder a estrela. O outro senão é a carta de vinhos que tem poucas escolhas baratas, mas as medias são realmente maravilhosas, mas a falta de escolha é o outro “defeito”.Se vc gosta de comida e está livre na terça feira não perca.


Roberta Subrack

R. Lineu de Paula Machado, 916, Jardim Botanico

tel: 21- 3874- 0139

4****
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Monday, May 26, 2008

Bazzar - Uma bela Focacceria!

Neste final de semana voltei ao agradável restaurante Bazzar, da chef/restouranter Cristina Beltrão, que além deste tem os cafés/restaurantes das livrarias da Travessa de Ipanema e Shopping Leblon. O Cardápio do Bazzar é diferente dos B!, mas traz algumas similaridades como o Atum com molho Teriyaki. O Restaurante fica em Ipanema na calma Barão da Torre, com uma varanda super agradável, onde sentamos. Lá dentro a decoração é suave e agradável apesar de alguns bancos (os laterais) serem pouco confortáveis.

Um dos pontos altos novamente foi o couvert que tem uma cesta com opções de pães, a minha favorita foi a torrada de focaccia. Como estávamos todos com muita fome decidimos pedir sugestão ao garçom de algum aperitivo, nos foi sugerido o mix de tapas, que estava no “specials” do menu, dou pontos ao nosso garçom pelo poder de persuasão, porque todas as mesas ao nosso redor pediram o tal mix, pena que não era nada de mais e foi sem dúvidas o low da tarde. Tirando a recomendação mal feita o serviço foi muito atencioso e bem conduzido.

Como prato principal optei pelo filé mignon com molho de vinho, creme de batatas ao alho e farofa de focaccia, o prato estava muito bom com uma combinação de texturas muito interessante e com o sabor agradável. O destaque fica para a deliciosa farofa de focaccia que além de crocante era extremamente saborosa. Os meus companheiros também gostaram de seus pedidos, mas não acharam nada de excepcional. Inclusive uma coisa que já tinha me incomodado de outras vezes é o tal “Risoto de Grana Padano”, vou começar uma campanha para que o santo nome G.P. só seja usado se este for o Grana mesmo, assim como champagne só pode ser da região de Champagne na França, lá no Bazzar!, o tal está longe de ser italiano, quem sabe da Colônia Italiana e olhe lá.

No final das contas a tarde foi muito agradável e é um lugar que vale a pena voltar pela focaccia, pensando bem acho que podia se tornar uma grande Focacceria! Os preços foram bem honestos e me senti pagando bem pelo o que nos foi servido.

Bazzar
R. Barão da Torre, 538 – Ipanema
Tel – (21) 3202-2884

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Friday, May 23, 2008

O método.

A gota d’agua para a criação deste blog foi o ultimo livro que eu li, que se chama Garlic and Saphires, um delicioso memoir da Ruth Reichl que foi crítica do New York Times por um bom tempo. Neste livro ela nos ensina qual é o papel de um crítico gastrônomico, que ao ser reconhecido é bem tratado na busca pela “good review”. No entanto, a Ruth para desempenhar o seu papel da forma que fosse refletir a experiência que seus leitores irão tern as suas visitas ao restaurante, ela opta por usar disfarces elaborados em busca de um tratamento de meros mortais. O livro acaba se arrastando um pouco no final, mas acho que vale a pena a leitura.

 

Voltando ao assunto que é o blog, e o meu critério de rating. Eu vou imitar o NYT e usar um sistema de 4 estrelas, ou asteriscos neste caso, vamos as explicações:

 

**** - Uma experiência completa, com serviço impecável e atencioso na medida certa, ambiente apropriado, um restaurante que entregue a sua proposta original e é claro que a comida seja sublime, acho que a melhor palavra para um quatro estrelas é essa: SUBLIME. Acho que até hoje eu tive no máximo 4 ou 5 refeições dessas, e olha que eu janto muito fora.

 

*** - Um restaurante que entrega uma comida marcante e de alta qualidade, que faz vc querer voltar várias vezes para repetir a dose, no entanto, há algo diferente que não o coloca naquela categoria de memorável dos quatro estrelas. Normalmente o serviço faz uma grande diferença entre essas duas categorias. Além disso, muitas vezes a diferença está na capacidade do chefe de inovar e surpreender, alem da execução perfeita.

 

** - Um restaurante que entrega uma comida de qualidade, dentro da sua proposta, porém não tem nada de expecional. O serviço é simplesmente normal e vc acaba tendo que ajudar o garçom a fazer o trabalho dele. A execução tende a ser boa, mas há falhas eventuais. Vc acha um ou outro prato muito bom no menu, ao contrario de um menu repleto de pratos que te fazem sonhar.

 

* - Um restaurante que tem serviço instável e desatencioso, com comida eventualmente boa. Tende a não entregar a sua proposta original. Se vc vai a um boteco vc espera um bom bolinho de bacalhau, agora se vc vai a um restaurante italiano que vai custar R$ 150 vc quer uma super massa, mesmo que o bolinho de bacalhau de lá seja bom, se a pasta não for receberá uma estrela.

Burger & Bistro - Tipicamente Paulista

Burger & Bistro

Esta semana estava em São Paulo e fomos jantar no Burger Bistro, mais um dos infindáveis restaurantes charmosos e interessantes de São Paulo. Aquela cidade nunca cansa de me surpreender com mais um lugar para colocar na minha lista. Voltemos o BB (como eles mesmo se chamam), como já disse a decoração é muito charmosa e é intencionalmente confusa e isplicente, tem um “jardim de inverno na frente agradável e uma mesa isolada para “bigger parties” ideal para comemorar um aniversário com amigos.


Logo na chegada fomos recepcionados pelo Maitre D´ que nos levou a mesa e chegou uma cestinha de papel com pães quentinhos com uma coleção de pastinhas e azeites, provavelmente um dos highpoints da noite (sou super fã de couvert). O atendimento foi meio freaky com o nosso garçom/somelier sendo muito intrusivo e a garçonete da nossa mesa sendo falsamente atenciosa, quando a precisávamos não estava por perto, mas quando estava ela era super atenciosa – ela me ajudou a tirar meu casaco, quem ainda faz isso aqui no Brasil?


O cardápio é relativamente limitado, mas esta é a proposta da casa, várias opções de burgers com diferentes molhos e algumas opções de acompanhamento. Eu escolhi o Burger de carne bovina com o molho bechamel e foi uma boa escolha, de acompanhamento fiquei com o trio de batatas fritas e aipim, igualmente gostoso. O resto da mesa ficou também nos burgers e me pareceram genuinamente satisfeitos. A carta de vinhos poderia ser mais completa, dada a adega tão charmosa!


All in all foi uma noite agradável e para padrões São Paulo justa no preço. Acho que não foi uma noite memorável e o atendimento realmente me incomodou.


Burger & Bistro

Rua Bela Cintra, 1693

Jardim Paulista - Zona Sul - 3062-0643


** (a cotação máxima são 4 ****, mas outro dia eu explico meus critérios)
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Tuesday, May 20, 2008

O início!

Sou um leitor voraz de blogs, mas me considero um péssimo articulista. No entanto, quanto mais leio os blogs por aí, mas acho que eu também posso ter um espaço meu para dar as minhas opiniões sobre as coisas. Eu tenho 2 grandes prazeres comer (nisso está incluído beber) e assistir TV.

Sabe aquela velha história que os amigos da vítima dizem que ele cozinha super bem e o convencem a abrir um restaurante. Depois de um ano, na maioria dos casos o pobre coitado está sem restaurante e com um monte de dívidas. Meus amigos sempre me perguntam sobre o que eu acho de certos programas de TV e de vários restaurantes, como esse espaço é gratuito eu vou tentar. No pior das hipóteses daqui a 3 meses será um espaço morto. No melhor (esse cenário é muito pouco provável) será um espaço de consulta para dicas das coisas que eu já faço informalmente.

Eu como leitor de Blogs sei que a freqüência das postagens é essencial para o sucesso de um Blog. Me desejem sorte!