Friday, January 30, 2009

Adega do Pimenta - Comida Alemã em local tipicamente carioca

Estou cada vez mais convencido do valor da baixa gastronomia, acho que podemos comer coisas tão surpreendente em botecos e afins como em um super restaurante. O importante é saber harmonizar sabores e texturas, e isso muitas pessoas já nascem sabendo. Quando combinamos essa simplicidade com prato típicos de outros países a coisa vai ficando mais complicada. No entanto, a Adega do Pimenta em Santa Teresa consegue entregar tudo em um só pacote.

O restaurante fica em uma pequena casa na Almirante Alexandrino, com decoração que pode ser qualificada como um quebra cabeça de quinquilharias que lembrem cerveja ou Alemanha e o que não está coberto, uma madeira envernizada mais de 15 vezes sem ter sido passado uma lixa. O restaurante não tem ar condicionado o que em um dia quente ou pode ficar fora da sua lista ou pode ser uma desculpa para beber o delicioso chopp nas canecas de porcelana.

Para começar pedimos as salsichas caseiras e croquetes de carne, a selação de salsichas estava uma delícia, com a vienense sendo o destaque, macia com um leve sabor de fumaça que caia super bem com a mostrada forte da casa. O croquete estava sequinho por fora e muito cremoso por dentro, um achado.

Pedimos nesse dia o Eisbein, quer dizer pedimos no dia anterior, esse prato típico alemão, que é um joelho de porco assado tem que ser pedido com 24 horas de antecedência e tem que ser para grupos grandes. Ele é assado por horas antes de ser servido, o tamanho do joelho é inacreditável. O nosso serviu com fartura 12 pessoas, não posso imaginar o tamanho do porco que era dono do joelho, ele deveria ser quase do tamanho de uma vaca.

O joelho é marinado e temperado com pimenta do reino e manjerona, que foram uma crosta sobre a pele do porco e carne que fica sequinha e crocante. A carne do joelho fica mais macia que o porco normal, e o tempero dele é incrível tem um gosto de terra do excesso da pimenta do reino e um ardor meio que distante, a carne está ainda bem úmida, acho que pelo modo de preparo. Já a Mangerona deixa uma pista de amargor que completa a quase doçura da carne de porco.

O serviço era cordenado por um garçom mal humorado mas eficiente que nos sugeriu os acompanhamentos de couve flor, repolho roxo e batatas coradas, nenhum merece especial destaque. Além disso, ainda pedimos uma salada de batatas que estava boa, com pedaços ainda firmes e uma maionese bem leve, perfeita com a mostarda. A experiência precisa de programação mas vale a pena para experimentar algo completamente diferente.  

Adega do Pimenta
Rua Almirante Alexandrino, 296
Santa Teresa – Rio de Janeiro
TEL: - 21 -2224-7554

2**
$$

Thursday, January 29, 2009

Top 5 Drinks

1 – Belvedere Vodka Martini, with a twist!

2 – Caipirinha de Nega Fulô de caju e tangerina.

3 – Caipivodka de Morango do Soho na Bahia.

4 – Mojito, bem feito, o melhor até hoje Bodeguita Del Médio, Mexico.

5 – Porto Tônica, com vinho do Porto Branco. 

ps: mais uma vez sem ordem!


E o de vcs!?

Wednesday, January 28, 2009

Shin Miura - Good old classic

O centro do Rio de Janeiro é pavoroso em muitos sentidos, mas em meio a todo o caos dos camêlos, milhões de pessoas andando apressadas e do calor desumano do Rio de Janeiro existem tesouros gastronômicos, como o Bar Luiz, o Eça, o Gourmet by Celidônio e o Shin Miura. Sendo esse último um dos meus favoritos por aqui, este é um japonês bem tradicional, cheio de japoneses almoçando por lá, o que já é atestado de qualidade. A decoração assim como do Azumi, em Copacabana, é péssima, com mesas de granito, parede com calendários japoneses e serviços americanos de plástico do Saara – 25 de março carioca.

O serviço depois de muito freqüentar e reclamar se tornou bom, mas as primeiras vezes são sofridas. Mas tudo é compensado pelos pratos da casa. O menu é hibrido, tem os super clássicos japoneses, como aquelas sopas de macarrão e legumes, os sushis, os teppanyakis – coisas na chapa - até um menu degustação do super criativo Nao Nara que faz inveja a qualquer restaurante contemporâneo. O chefe Nao acabou de abrir seu próprio restaurante no Fashion Mall, vizinho da CT Brasserie, com esse menu mais moderno e mais caro, obviamente.

Eu já experimentei muitas coisas lá, mas o Teppanyaki de Lula é um dos meus favoritos, é uma lula levemente empanada, provavelmente só com farinha de trigo, passada nessa chapa com legumes na chapa e arroz. A lula vem sequinha e macia, a parte de dentro ainda tem uma textura ainda mais macia, quase que cremosa. Os legumes são crocantes ainda, mas ao menos tempo não são mais crus, acho que o calor elevador e a velocidade de contato conseguem isso. O arroz é grudadinho e tem aquele gosto agudo que o arroz japonês tem, dada a alga que eles conzinha junto.

Os sushis de lá também são bem gostosos, cortes preciso e com sahimis gordos, como falei o arroz é muito bom e os rolls são firmes. Os invencionismos ali se limitam ao hot philadelphia e um califórnia de morango. Além disso, só sushi bom e simples. Os pratos da degustação são uma história completamente diferente, coisa como magret de cannard com calda de framboesa e coulies de brie, todos que eu provei até hoje eram muito bons, mas é uma brincadeira cara (R$ 77 reais por uma degustação de 4 pratos) que não combina com o almoço no centro corrido. Não posso esperar para jantar no Nao, no Fashion Mall esses pratos.

Shin Miura
Avenida Rio Branco ,156 - 3º andar,
loja 324 e 325 (Edifício Avenida Central)
Rio de Janeiro
Tel - 21-2262-3043

3***
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Líquido - Frescor em Ipanema

Existem restaurantes que são pontos de almoço em dia de sol, se é que vcs me entendem. Sábado fui conhecer mais um desses lugares, o Líquido, que fica em uma simpática varanda, debruçada sobre a Praça Nossa Senhora da Paz em Ipanema. O restaurante é pequeno e completamente aberto, que o torna ainda mais um programa pós praia, no Rio de Janeiro. O cardápio é recheado de opções mais saudáveis e leves que o normal.

Para beber eu fiquei com um chá verde gelado, com gelo de limão. Estava muito gostoso e o chá é fresco que o faz ser mais leves que os industrializados, além de vir em um gadget super interessante, com o qual vc mesmo mistura o chá com o gelo. Além disso, tinha uma seleção interessante de smoothies que tinha uma cara ótima, mas vai ficar para a próxima visita. Para entrada pedimos um ceviche, prato típico do peru – peixe fresco cozido no suco de limão com um leve vinagrete. Estava delicioso, perfeito para o dia de verão, fresco com o azedo do limão, a crocância das cebolas bem pequenas, com a textura híbrida do peixe entre o cru e o levemente cozido. Eu adoro esse prato e o de lá estava de fato bom.

Para prato principal eu pedi uma Dosas, um crepe indiano de massa leve, meu recheio era salada verde, tomates, frango, mozarela de búfala e creme de queijo. Achei um pouco sem sal, sem contar que era muito grande e os ingredientes estavam quase que compartimentados, então ou comia a salada ou o frango com o creme. O creme era um pouco excessivo e definitivamente não tinha muito gosto.

Os doces estavam com uma cara apetitosa, mas optamos por ficar só com isso. O serviço foi desatencioso e para a quantidade de garçons inadmissível. Tivemos que chamar a atenção dos garçons mais de 4 vezes. Além desses crepes o menu tem pratos que pareciam interessantes, vou voltar para dar mais uma chance apesar de ter achado o meu principal fraco, quem sabe um smoothie e um ceviche em um pós praia!

Líquido
R. Barão da Torre, 398 A,
Ipanema – Rio de Janeiro
TEL – 21 - 2267-6519.

2**
$$

Friday, January 23, 2009

Boteco Casual - Tesouso no centro do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro tem uns lugares que são a sua cara, displicentes, confusos e deliciosos como a cidade é. O boteco Casual no centro do Rio de Janeiro é provavelmente a síntese do Rio de Janeiro, boa comida, ambiente caótico e completamente displicente. Eu fui em um almoço desses de trabalho corridos,  o que muda muito o seu nível de expectativas, imagino que se tivesse mais tempo, não me arrependeria também.

O Casual fica em uma casa antiga no centro do Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor, onde não se passa carros, é uma rua que poderia ser muito mais charmosa se bem conservada, porém, esse desleixo só torna o local muito mais carioca. Com poucas mesas, sugiro que se tenha paciência nos dias concorridos, que depende dos pratos do dia, uma vez que os pratos do cardápio normal demoram muito e torna o almoço um processo não sugerido nem pelo próprio garçom para os apressados.  

Ficamos em uma mesa na rua, que é calçada e no meio do movimento da rua, poderia haver algo mais displicente que isso? Eu pedi um peixe vermelho, levemente empanado, com molho de cenoura, arroz de brócolis e batatas ao murro. O peixe estava no ponto certo, levinho e apesar de frito, sem excesso de gordura, o molho de cenoura levava mais alguma coisa, talvez uma mostarda escura e tinha uma profundidade gostosa. As batatas estavam bem executadas, macias e com um gosto leve do azeite na casca, o arroz com aquele gosto de tempero caseiro completava o prato super honesto e com excelente custo benefício.

Mas o grande destaque veio na sobremesa, pedimos os pastéis de Belém, ou de nata – como vc preferir. Eles chegaram quentinhos na mesa, polvilhados com um pouco de açúcar e canela, a massa era folhada sem excesso de manteiga e levemente crocante, mas aquela crocância de massas delicadas que o toque da língua fazem ela se desfazer. O recheio um creme meloso, aveludado e levemente morno, uma dentada enchia a sua boca com este até a massa estalar na sua boca, perfeição simples na combinação de texturas.

O serviço é levemente desatenciosos mas para um almoço rápido está dentro do esperado, no final das contas, é um programa carioca e ser marrento é parte do show. A conta foi módicos R$20 , para uma refeição acima da média, de fato um achado.

Boteco Casual
Rua do Ouvidor, 33
Tel – 21-2232-0250

2**
$

Ps: pela sobremesa só seria 3***

Monday, January 19, 2009

Di Liana - Gosto de infância que continua bom.

Tenho muitas lembranças de comer da minha infância, mas poucas são tão vivas como a do Di Liana, que ficava perto do aeroporto de Salvador. O restaurante ficava em uma casa no meio de um jardim, com espaço para mesas grandes e longos almoços de família. Nos fundos da casa eles tinham um viveiro de aves, incluindo um lindo pavão, tenho lembranças perfeitas de quão chato era ficar sentado na mesa e quão legal era ir ver os bichos – quem diria que hoje eu ia gostar tanto de ficar na mesa.

O Di Liana de hoje não é mais nessa casa bucólica, fechou há pouco tempo, mas não deixou salvador órfã de boa comida italiana. Eles abriram agora em Ondina, em uma ruazinha simpática, em uma outra casa, com cara de casa de alguém. Fui em um domingo a noite e estava um pouco vazio, mas a parte dos fundos que tem mesas ao ar livre e um pátio para eventos me pareceram uma ótima pedida.

O couvert de lá é ótimo, com pão caseiro e rústico, com a massa pesada e com pedaços de calabresa leves. De entrada dessa vez pedimos uma muzzarela de búfala, com molho ao pesto, simples e bem executado o pesto era saboroso, sem o excesso de óleo que as vezes é comum e combinava bem com as mozarelas.  

Nesta noite eu pedi algo mais leve: um filé grelhado com uma salada da casa, que é uma verde com tomates, mozarela de búfala e passas brancas. A carne estava muito bem executada no ponto certo e com leve gosto de grelha, que é levemente adocicado. A salada apesar de simples tinha o toque das uvas passas brancas que adicionou um twist interessante, dados que estas não são tão doces. A salada ceaser com frango defumado também estava com uma cara ótima e me pareceu uma ótima inovação a clássica. Um único se não é o queijo parmesão que estava um pouco ressacado, talvez tivesse sido ralado com muita antecedência.

Meu prato preferido para comer, sem culpa, lá é o filé a parmegiana, que é quase que caseiro, e esta é a maior qualidade do Di Liana. Molho de tomate delicioso, leve e aveludado que cobre o filé a milanesa e o queijo derretido em cima. Uma sinfonia de sabores que tem total gosto de infância para mim. O serviço é muito atencioso, mas imagino que ele muito cheio possa piorar um pouco. Os preços são módicos comparados com as cantinas de São Paulo, uma excelente pedida em Salvador

Di Liana
Rua Macapá, 314
Salvador
Tel -71 3331-1266

2**
$$

Friday, January 16, 2009

Maní - displicência e criatividade

Desde que comecei a ler mais sobre comida e gastronomia tinha ouvido muito falar de um ingrediente chamado Tucupí, que é o caldo da mandioca brava que deixa sua boca levemente dormente depois de comer. No blog da Alexandra Forbes já tinha ouvido falar que no Maní tinha um prato sensacional de peixe com tucupí e fui experimentar apesar da resistência de minhas companhias, que achavam o menu muito diferente.

O restaurante fica em uma simpática casa, simples, como uma sala principal e um jardim de inverno, além de uma parte dos fundos que tem duas grandes mesas que ficam a céu aberto e mesas na varanda. A decoração é bastante simples com cadeiras e mesas, com toalhas, brancas, paredes também brancas com estantes de livros, e um sofá para a espera, vc quase se sente em casa.

O menu é recheado de dois principais elementos: espumas e ingredientes bem brasileiros, como o Tucupí. Começamos com o couvert que inclui pães quentinhos, pizza branca e um pirulito de parmesão, além é claro de uma coalhada seca e um delicioso queijo de cabra no azeite, com pimenta rosa. De entrada pedimos um dos belisquetes (que tem várias opções, ideal para uma mesa grande de amigos), o bolinho de quinoa com geléia de tamarindo, que estava crocante e sequinho com o gosto de terra da quinoa, sem afetação, simplesmente o grão. A geléia era doce, mas nem tanto e combinava bem com o bolinho, muito bom.

Para meu prato principal fiquei com o prato eleito pelo caderno paladar como um dos melhores de 2008. Um peixe do dia – que neste era um robalo – cozido a baixa temperatura, cubinho de banana da terra, espuma de gengibre e caldo de tucupi. O peixe estava sublime, macio, molhadinho e com um gosto aveludado, a espuma tinha um gosto distante de gengibre que com o tucupi que tem um gosto de um caldo com leves notas mais agudas. Além disso, havia por cima “migalhas maní”, que era como se fosse uma farofa de pão amanteigado crocante, que completava a palheta de texturas, maciez do peixe, crocância da farofa, aerado da espuma e ternura das bananas da terra. Os sabores apesar de muitos ingredientes eram muito sutis e se balanceavam. No final, depois a boca fica levemente dormente, quase que como uma punição por ter comido uma coisa tão gostosa, a sensação é gostosa e faz a experiência ir além da comida em si.

Para sobremesa comemos o “café com leite da padoca”, uma suave mousse de café, com um sorvete de doce de leite e finíssimas torradas de pão, quase transparentes, fritas na manteiga. Mais uma vez texturas balanceadas, se eu tivesse uma crítica era ao sorvete de doce de leite, que estava fraco. A mesa ainda pediu um flan de chocolate africano 90%, em um simpático pote de geléia, charmoso e elogiado, apesar de não ser chocolate suficiente para as mulheres.

O serviço foi de altos e baixos, a hostess/maitre era incrivelmente simpática e solícita, com ótimas sugestões. As garçonetes era um pouco desatenciosas para os procedimentos naturais e foi preciso chamar atenção delas ao longo da noite algumas vezes, como para pedir para retirar os pratos e o menu de sobremesas, para mim isso é inadmissível. Apesar disso, a noite foi muito agradável com uma comida que me faz querer voltar.

Maní
Rua Joaquim Antunes, 210
São Paulo
Tel - 11 3085-4148

3***
$$$

Monday, January 12, 2009

CT Brasserie - Troigos despojado e charmoso

O Rio de Janeiro estava precisando de uma novidade como a que eu experimentei nesse final de semana. Depois de um tempo meio que esquecido pelos moradores da Zona Sul, dados os tiroteios na Rocinha, o Fashion Mall parece estar disposto a ocupar o lugar que teve no começo da década. Neste final de semana fui conhecer a CT Brasserie, um empreendimento do mais carioca dos franceses Claude Troigos, chef de uma linhagem espetacular no sul da França, que está a três gerações com 3 estrelas Michellin no restaurante em Roane. A CT é um projeto bem executado nessa área “nova” do shopping, que é aberto e nos tira a sensação de espera no ar condicionado dos seus concorrentes.

A decoração é típica de projetos que imitam as brasseries francesas, vidros com detalhes, chão de azulejos pequenos, com alguns detalhes, mesas pequenas e cadeiras levemente desconfortáveis. Na parte de fora – mas não tão fora pois está dentro de um shopping – há uma agradável varanda, já dentro temos uma ambiente simpático com pé direito elevado e uma bela vista para a floresta, do lado oposto da Lagoa- Barra. Ao fundo podemos ver o forno de pizza e parte da cozinha.

O menu é um pouco confuso, inclui grelhados, peixes entradas e pizzas o que me deixou um pouco nervoso se ele conseguiria executar todos bem, não provei as pizzas mas depois dessa experiência vou querer voltar para provar. Para começar pedimos um Mule Meuniere, que esteva delicioso, com um molho aveludado e fresco, com os mexilhões saborosos frescos, depois molhar o pão sequinho naquele molho foi um sonho. Além disso, o couvert que era uma pizza branca, pães, um queijo de cabra no azeite e uma manteiga salgadinha e cremosa, deliciosa.

Para meu prato principal pedi um steak tartare da Tia Madeleine, que estava impecável, a carnet era cortada na posta da faca e não moída e podia sentir os pequenos pedaços de cebola e do ovo, além disso, o sabor levemente amargo das ervas que temperam esse prato. Não tenho certeza que a receita do Claude Troigos leva o molho inglês (Worcestershire), que tem um gosto mais marcante que a leveza dessa receita. Os meus companheiros de mesa pediram um pede com costela de cordeiro que estava com uma aparência ótima e foi muito elogiado e uma salada de frango e maçãs, com a cara do Rio de Janeiro.

Não resistimos e pedimos sobremesas também eu fiquei com um mil folhas de morango e chantilly fresco, que tinha 3 camadas de um biscoito intercalados com uma camada abundante desse creme airado e leve, que contrastavam bem com as texturas dos morangos e do biscoito. Mas o destaque sem dúvida ficou com os ovos nevados com as amêndoas crocantes, que ficavam em cima dessa nuvem branca de sabor suave, sob uma calda leve de baunilha (acho que chamam isso de molho inglês também, pelo menos minha avó chama!) . A combinação de texturas e sabores era incrível o doce da calda e da cobertura das amêndoas era balanceado pelos ovos nevados, assim como as texturas balanceavam entre leveza, cremosidade e crocância.

O serviço era bem intencionado mas levemente desatencioso, e necessitava que nós chamássemos a atenção deles durante todo o almoço. Além disso, o Forno de pizza que fica quase que no meio do salão acaba esquentando muito o ambiente das mesas próximas, imagino que se aumentarem o ar condicionado as mesas mais distantes vão ficar muito frias e a comida iria acabar perdendo. Tirando isso, o almoço foi muito agradável e a comida entregou a sua proposta, comida do Claude Troigos com preços e ambiente mais acessíveis.

CT Brasserie
Fashion Mall – 3º Piso.
São Conrado
Tel – 21 -
3322-1440

3***
$$$

Saturday, January 10, 2009

Parigi - Clássico, bom e caro.

São Paulo é uma cidade com tantas opções de restaurantes que as vezes você não sabe nem por onde começar, mas todos que comem em São Paulo com freqüência sabem que existem duas categorias: restuarantes para serem pagos na física e os da jurídica. Esta semana eu voltei em um clássico da segunda categoria o Parigi, mais uma experiência gastronômica típica da famílias Fasano.

O Parigi fica na movimentada Rua Amuri que tem uma coleção de restaurantes que faria inveja a qualquer cidade de médio porte. Em uma esquina com um ambiente escuro, cortinas brancas que deixam passar um pouco da luz externa e móveis pesados e escuros, fazendo uma releitura mais chic de uma brasserie. O serviço como em todos os empreendimentos da família é praticamente impecável.

O couvert que chega a mesa rapidamente é simples e delicioso uma bruschetta de tomates vermelhos suculentos e levemente doces e manjericão, sob uma torrada no ponto de crocância, que estala na sua boca contrastando com o tomate. Além disso, queijos cremes e um pão italiano que é trocado discretamente quando ele começa a ficar frio. Para entrada eu fiquei com uma salada verde e tomates, simples, com um vinagret que um toque distante do amargo do vinagre, e folhas jovens que evitam aquele talo do alface muito duro e impossível de dobrar.

Para o prato princicipal dessa vez eu optei pela pescada amarela com um molho de tomates e alcaparras que estava fresco cozido no ponto quase perfeito. O molho era uma combinação da leveza e doçura dos tomates com o gosto marcante das alcaparras, o incrível é que o resultado final não era forte de mais.

Mas o prato que eu mais gosto é a costela de vileta milanesa a lá Fasano, esta vem ainda levente presa no osso, mas já em forma de um paillard, levemente empanado, ao contrário do milanesa normal que cobre a carne toda com uma capa de milanesa, lá é uma cobertura mais leve e menos gordurosa mais ainda sequinha, a carne da vitela é leitosa e macia. Para acompanhar um risoto de açafrão, como esperado cozinhado na perfeição, cremoso mas com o gosto marcante e agudo do açafrão ao fundo, que contrasta com a melosidade da carne de forma espetacular.

Não como sobremesas na jurídica, não sei porque, mas quase que parece uma tradição em almoços de trabalho. Mas os biscoitnhos do café são tão bons que acho que as sobremesas devem ser boas. O único “problema” é o preço, que somente empresas podem pagar, acabam afastando a maioria das pessoas desse delícia clássica.

Parigi
Rua Amauri, 275
São Paulo - SP, 01448-000, Brazil
Tel - 11 3167-1575 

3***
$$$$

Friday, January 09, 2009

Top 5 coisas mais irritantes em refeições e restaurantes

Tenho pensado muito sobre as coisas que mais me irritam em restaurantes ou refeições e resolvi fugir um pouco do escopo do blog e falar minha TOP 5 coisas mais irritantes, não são em ordem nenhuma.

  • Copos de sucos no café da manhã em hotéis – Muito pequenos, porquê?
  • Menus com mais de 20 opções que vc tem uma página só de tipos de filé.
  • Uma descrição toda em francês de um prato (menos na França é claro!) (também sei que isso é uma ignorância minha, mas me irrita)
  • Garçons dizendo que a comida que vc espera a 40 minutos já está vindo, antes mesmo de perguntar na cozinha quando é claramente mentira.
  • Descobrir uma sobremesa incrível depois de ter comido de mais no prato principal (isso é principalmente para eventos em casas de amigos e parentes, quando vc não pode ler o menu de sobremesa antes!)

E vcs?

Soho - Uma delícia de ambiente em Salvador

Não sei se não os anos comendo em lugares fantásticos que me fizeram mais exigente, mas sempre tenho medo de voltar a restaurantes que um dia já estiveram na minha lista de favoritos. O caso mais recente foi o Soho em Salvador. Este foi o meu restaurante favorito durante anos em Salvador, por uma série de motivos: a comida que eu sempre gostei, o ambiente indescritível, as caipivodkas de frutas impecáveis e a badalação de ver todos os meus amigos de Salvador de uma só vez (para os que não sabem sou um baiano expatriado no Rio).

O restaurante fica na Marina Contorno em um dos melhores ambientes que eu já fui na minha vida. Uma casa simples debruçada sobre o mar, com uma varanda que tem uma vista para as lanchas e para o Elevador Lacerda. O chão tem uns pedaços de vidro onde podemos ver o mar bater nas pedras abaixo. A decoração nova é carregada no azul marinho, mas ainda muito bonita. O Soho é conhecido pelas esperas mais longas de Salvador, já chegou a ser de mais de 2 horas, mas sempre regadas a muita morangoroska (caipivodka de morango em baianês)e alguns aperitivos.

Para começar sempre peço um nirá com lulas, ele vem refogado no shoyu e manteiga (tudo fica bom com manteiga, vide a culinária fancesa) ficam ainda levemente crocantes com e as lulas com anéis macios levemente queimados. A mistura da sensação da suavidade da manteiga com a crocância natural é perfeita. Aí sempre passamos para o rolls, o clássico da casa é o Harumaki Hot Roll, uma leve massa de harumaki que envolve salmão e cream cheese (todos os invencionismos no Brasil tem cream cheese, acho que em Philadelfia se como tanto cream chesse), ele vem super crocante e com o cream cheese levente derretido e cremoso que contrasta com o salmão levemente cozido devido a fritura da parte externa. Esse é realmente muito bom.

Sempre pedimos também o Ebitem Especial, um roll de tempura de camarão e cream cheese (olha ele aí gente!) que é outro hit, para quem gosta de novidades. O problema dessa última vez foi o sashimi, seguindo a minha teoria que toda pizzaria para ser boa deve ter uma boa marguerita, todo japonês para ser bom tem que ter um bom sashimi. Dessa vez os cortes estavam um pouco irregulares e o atum estava com gosto de cheiro de peixe de mais, uma pena, pois tenho boas lembranças de lá de outras vezes.

No final das contas foi agradável, mas tenho que admitir que não esperaria mais duas horas para comer lá, talvez ficasse na nova área de espera tomado caipivodkas e comendo nirá. Vale ressaltar que estamos na Bahia, ou seja, o serviço sempre deixa a desejar apesar da boa vontade de todos.

Soho
Av Lafayete Coutinho, 1010
Salvador - BA, 40060-070
Tel - 71 3322-4554

2**
$$$